quarta-feira, 29 de maio de 2013

A falta de comunicação pode custar uma vida




Esta é a história de Clara. Uma história triste que não é real. Ou será?

 
Clara foi a única surda entre quatro irmãos. Nasceu numa época muito antes de alguém saber o que era Libras. Seus pais não sabiam o que fazer. Na escola ela era proibida de usar suas mãos para se comunicar com seus dois amigos surdos. Os irmãos tinham vergonha, pois ela tentava falar e emitia uns sons estranhos. Eles a chamavam de retardada.
Sua professora muitas vezes amarrou suas mãos como castigo para obrigá-la a falar.  Apesar das dificuldades, Clara foi alfabetizada e aprendeu a ler. Fez faculdade de teologia e arranjou um namorado também surdo.
Sua família se distanciou cada vez mais. Achavam ótimo quando ela encontrava seus amigos surdos, só assim não envergonhava a família com seus apelos tentando se comunicar.
Clara e Alberto se casaram. O padre da cidade conhecia ambos e se comunicava por sinais ainda não padronizados.
Clara e Alberto tiveram 3 filhos. Todos ouvintes. Mas eles cresceram bilíngues, pois conviveram com pais surdos desde o nascimento.
Seus filhos nunca tiveram vergonha dos pais surdos. Clara trabalhava na escola das crianças como merendeira, pois cozinhava muito bem. Na escola das crianças havia mais quatro alunos surdos e Clara dava aulas de reforço para eles.
tempo passou... Em 2012 Libras foi reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil. Os filhos de Clara já eram crescidos. Tinham cursado faculdade e foram buscar uma vida profissional melhor na capital.
Clara e Alberto continuaram a morar no interior. Os alunos a quem ela dava aulas de reforço também cresceram e foram atrás de seus sonhos.
Clara e Alberto eram muito unidos.
Vieram os netos e o primeiro era surdo. Sua nora não aceitava que o pequeno Pedro fosse surdo e queria implantá-lo. Já Samuel, filho de Clara era contra. A separação foi inevitável e Samuel ficou com a guarda de Pedro, já que Beatriz (mãe de Pedro) o culpava pelo filho surdo.
Pedro cresceu bilíngue com a ajuda de Clara. Frequentou bons fonoaudiólogos e foi oralizado. Aos dezessete anos foi fazer intercâmbio em outro país.
Um dia, Alberto morreu. Chegara sua hora.
Todos os filhos morando longe, Clara não sabia o que fazer. Ninguém a entendia. Alberto tinha sofrido um infarto. Ela sabia que poderia fazer algo se o socorresse a tempo. Tentou ligar para seus filhos. Mas ela não escutava. Tentou enviar torpedos. Mas eles sempre demoravam para responder. Foi à casa da vizinha, mas esta estava trabalhando. Chegou meia hora depois e ajudou Clara a chamar a emergência. Clara foi com a ambulância acompanhar o marido que ainda respirava. No hospital ninguém a entendia. Ninguém sabia se Alberto tomava algum remédio, se havia passado bem na noite anterior, se ele era hipertenso, diabético... NADA!!! O socorro foi demorado e Alberto não resistiu...
Clara sentiu-se muito sozinha. Vizinhos a ajudaram nos preparativos do velório. A esta altura, seus filhos já sabiam da morte do pai e estavam a caminho.

Durante o velório, seu semblante era sereno, mas muito angustiado. Muitas pessoas compareceram ao velório, mas nenhuma delas sabia Libras para conversar com Clara, oferecer o ombro para chorar. Seus filhos estavam presentes, mas esqueceram a Libras pela falta de prática. Moravam longe, cada uma tinha sua vida.
Horas antes de lacrarem o caixão, seu neto Pedro chega e vai ao encontro da avó. Ela o abraça como se ele fosse a última pessoa do mundo. Pedro sabia Libras. Fora alfabetizado por ela e era surdo. Tinha ido morar no exterior, mas trabalhava com surdos. Não esquecera a língua de sinais.
Clara pôde relatar a Pedro toda sua dor de perder seu companheiro, seu amigo.  Contar o que havia acontecido. A demora no socorro e o fato de não haver uma pessoa capacitada em Libras no hospital, custou a vida de Alberto. Pedro revoltou-se. Mas não havia nada que pudesse fazer. Seu avô já estava morto.
Nos dias após o velório, Clara ficou em companhia de seu neto Pedro. Ele tinha vindo para ficar uma semana ao lado da avó. Eram tantas coisas para conversarem, que a presença de Pedro fazia muito bem à Clara. Ele preenchia a lacuna que Alberto tinha deixado.
Mas chegou a hora de partir.  Pedro precisava retornar à sua vida.
Clara ficou sozinha. Continuou seus trabalhos na escola. Alfabetizava crianças surdas e lutava pelos direitos dos surdos. Não se conformava com tantas crianças surdas sendo implantadas se havia a língua de sinais.
Quando chegava em casa à noite. Clara se perdia em seus pensamentos. Não havia TV para assistir, rádio para escutar, alguém para conversar... Que falta fazia Alberto...

O tempo passou e Clara foi ficando cada vez mais triste. Ela tinha avisado à escola que iria tirar uma semana de folga para arrumar a casa e se desfazer dos pertences de Alberto.
O padre notou sua ausência à missa de domingo. Clara nunca faltava.
Depois da missa, o padre e outros voluntários da igreja foram até à casa de Clara saber o que havia acontecido com ela. Clara estava morta. Havia dias que estava morta, pois o ambiente cheirava mal. Clara teve um infarto. Mas as pessoas ao redor da vizinhança acostumadas com o silêncio de sua casa, nem se importaram em saber se estava tudo bem. Quando Clara passou mal, ninguém ouviu seus apelos. Ela tentou chamar o SAMU, mas eles não tem serviço de SMS. Como não ouviam sua voz do outro lado, acharam que era trote. Mas ela ligou várias vezes. Estava registrado no detector de chamadas do SAMU. Constataram depois. Mas e daí? Clara estava morta.
Esta não é uma história real. Ontem uma amiga minha perdeu sua mãe e fiquei imaginando se ela fosse surda. Esta amiga não é casada. Eu viajei na minha imaginação e essa história saiu. A falta de comunicação pode custar uma vida!!! Compartilhe.

Libras é a segunda Língua Oficial do Brasil conforme Lei nº 10.436/02 e Decreto 5.626/05. #SINALIZAR É PRECISO#
 









terça-feira, 7 de maio de 2013

Tecnologia assistiva – Libras pelo celular


A Microsoft inaugurou na semana passada, dia 17, em São Paulo o MTC (Microsoft Technology Center), o primeiro centro de tecnologia da empresa aqui no Brasil, que já existe em outros 17 países. Ao todo serão investidos no laboratório R$ 18 milhões para estimular a criação de startups no mercado de tecnologia.
Eu ainda acho que hoje a melhor tecnologia para comunicação entre surdos através do celular é o FaceTime do iPhone 4, a vídeo-chamada facilita muito a comunicação, porém só é possível entre duas pessoas que sabem língua de sinais.
Um dos projetos que já está presente no MTC, é o softwarePro Deaf, que traduz textos e voz para língua de sinais e também de Libras para voz utilizando a tecnologia do Kinect.
A previsão é de que a tecnologia esteja disponível para as pessoas daqui a dois anos, apesar disso, acho que o maior motivo a ser comemorado é que o projeto está sendo desenvolvido inteiramente aqui no Brasil e foi criado por alunos da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
O vídeo abaixo é do programa Hoje em Dia da Rede Record, e mostra um pouco o funcionamento de algumas tecnologias assistivas, e conta com a Rebeca Nemer como intérprete durante o programa.
Vale a pena assistir..

Aula de LIBRAS - Família - TV INES


http://www.tvines.com.br/video.php?idVideo=40 

ALFABETO DATILOLÓGICO ESPANHOL


SORRIA! JESUS TE AMA!




RYBENÁ - NOVIDADES!



Pessoal,
O Rybená é capaz de traduzir textos do português para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e de converter português escrito para voz falada no Brasil.
Fonte:
Comentei em sala de aula a semana passada sobre a atualização do Rybená. Pois bem, ELA JÁ ACONTECEU!
O Rybená que a CTS disponibilizou gratuitamente em nosso blog (agradeço profundamente), passou por mudanças e está ainda melhor.
Façam o teste!
O Rybená está muito mais rápido!

Iremos aproveitar ainda mais nossas aulas no laboratório de informática com esta novidade! 

Vida em Libras


O precioso evangelho de Jesus através da Libras


Jesus eu ♥ muito você!http://www.facebook.com/photo.php?fbid=582576988431595&set=a.581116168577677.1073741828.5809381585


Alunos recorrem à Justiça para continuarem estudos

Gilberto Abelha / Jornal de Londrina / Amanda com a mãe Jomara: ação na Justiça para garantir a conclusão da faculdade

Amanda com a mãe Jomara: ação na Justiça para garantir a conclusão da faculdade 

Com intérpretes fora das salas, estudantes com deficiência auditiva da Unifil não conseguem acompanhar as aulas; Situação deve ser regularizada em 20 dias
A Unifil tem 20 dias para disponibilizar tradutor/intérpretes de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) para alunos com deficiência auditiva em todas as aulas, sob pena de pagar multa diária de R$ 2 mil. A liminar foi concedida pelo juiz da 5ª Vara Cível, Aurênio José Arantes de Moura, a partir de ação civil pública ingressada pela promotora Solange Vicentin. Ela foi procurada por um grupo de pais de alunos da faculdade que enfrentam dificuldades em compreender o conteúdo das disciplinas devido à ausência desses profissionais em todas as aulas.
De acordo com a promotora, nove alunos precisavam de intérprete e a Unifil estava disponibilizando apenas quatro em uma sala de apoio. No entanto, sem os profissionais em sala de aula, eles não estariam conseguindo compreender as matérias. Tanto que dois deles já teriam se desligado da faculdade, segundo a promotora. “A Unifil argumentou que estaria cumprindo a legislação ao disponibilizar os quatro profissionais em uma sala de apoio. Mas a legislação determina que todas as necessidades dos estudantes sejam atendidas e eles precisam de acompanhamento em sala de aula”, explicou.
Amanda Jacinto, 20 anos, está no terceiro ano de Biomedicina e, segundo sua mãe, Jomara, ela quase perdeu a bolsa de estudo no ano passado por não conseguir acompanhar o conteúdo. “Desde o primeiro ano ela enfrentou problemas por falta de intérpretes. Eu dava o celular para ela gravar as aulas e depois eu fazia a transcrição”, conta. Indignada com a situação, Jomara reuniu os pais dos outros oito alunos e foi até ao Ministério Público.
Jomara afirma que hoje existe um discurso voltado para a inclusão das pessoas com deficiência, mas falta uma “compreensão da cultura dos surdos”. “Os surdos são estrangeiros em seu próprio País. É necessário entender que se precisa de informações para compreender e ações para aprender. Onde estão propostas essas ações? Surdos não são aquelas pessoas que não ouvem, mas aquelas que não sabem ouvir”, desabafa. Ela ressalta que a situação está abalando emocionalmente a filha. “A Amanda está com febre, com atestado médico. Só não entro com uma ação por danos morais porque tenho medo que ela perca a bolsa.”
A reportagem do JL procurou contato com a direção da faculdade, mas não obteve resposta.

 http://www.jornaldelondrina.com.br/cidades/conteudo.phtml?tl=1&id=1366808&tit=Alunos-recorrem-a-Justica-para-continuarem-estudos